Você conhece o potencial do ágio na estruturação de M&A?
Utilizar corretamente o ágio por rentabilidade futura (goodwill) pode representar uma economia fiscal significativa ao longo dos anos — mas exige atenção técnica e conformidade com requisitos legais cada vez mais rigorosos.
Preparamos este material para você entender o que é aproveitamento de ágio, o que é ágio em M&A, quando o ágio é dedutível, dentre outros temas.
O que é o Ágio e como ele pode ser aproveitado?
O significado de ágio por rentabilidade futura, também conhecido como goodwill, é a diferença entre o valor pago por uma participação societária e o valor contábil dos ativos líquidos da empresa adquirida, ajustado por valor justo.
Goodwill = Custo de aquisição – MEP – Mais/Menos-valia
Definições fundamentais:
- MEP (Método de Equivalência Patrimonial): Valor do patrimônio líquido da investida.
- Mais ou menos-valia: Diferença entre o valor justo dos ativos e passivos adquiridos e o valor contábil (MEP).
- Goodwill: Excesso pago baseado na expectativa de rentabilidade futura da
empresa investida.
Base Legal para Amortização do Ágio
Conforme o art. 7º da Lei 9.532/1997 e o art. 433 do Decreto 9.580/2018, o ágio pode ser amortizado fiscalmente após operações de incorporação, fusão ou cisão, inclusive incorporação reversa, desde que:
- O investimento tenha sido realizado entre partes não dependentes;
- A operação tenha sido acompanhada de fluxo financeiro real;
- O ágio esteja relacionado à expectativa de rentabilidade futura.
A dedução é limitada a 1/60 por mês, aplicável ao lucro real apurado da pessoa jurídica sucessora.
Requisitos Adicionais trazidos pela Lei 12.973/2014
A legislação reforçou o controle sobre o aproveitamento do ágio, impondo obrigações adicionais:
- Desdobramento do custo de aquisição em três componentes:
- (a) MEP (valor contábil dos ativos líquidos),
- (b) Mais ou menos-valia (ajuste ao valor justo),
- (c) Goodwill (expectativa de rentabilidade futura).
2. Laudo técnico obrigatório:
- Elaborado por perito independente;
- Deve identificar e mensurar os ativos adquiridos e os passivos assumidos a valor justo;
- Deve ser protocolado na Receita Federal até o 13º mês subsequente à aquisição.
3. Flexibilidade no percentual de aquisição:
- O ágio pode surgir mesmo em aquisições que não envolvam o controle da investida;
- Aquisições em estágios diferentes podem gerar novos ágios, mais ou menos-valias, todos potencialmente amortizáveis.
Benefícios fiscais comprovados
Conforme demonstrado nas simulações anexas:
- Com aproveitamento do ágio, o lucro tributável é reduzido, gerando menor carga de IRPJ e CSLL.
- Sem aproveitamento, há tributação integral sobre os lucros, comprometendo a rentabilidade da operação.
Risco x Oportunidade: O papel do planejamento societário
A amortização fiscal do ágio só é possível com planejamento jurídico e contábil consistente. A ausência de documentação adequada, erros na alocação de valores ou o não cumprimento dos prazos legais podem resultar na perda do benefício fiscal e autuações pela Receita Federal.
Como podemos ajudar
Na Beck Advogados, temos ampla experiência em:
- Estruturação de operações de fusões e aquisições (M&A) com foco fiscal e societário;
- Análise e validação técnica de ágios, mais-valias e menos-valias;
- Coordenação de laudos periciais e protocolos junto à RFB;
- Acompanhamento completo de reorganizações societárias com segurança jurídica e conformidade fiscal.
Fale com quem entende
Se sua empresa está avaliando uma aquisição ou precisa revisar estruturas anteriores para potencial aproveitamento do ágio, fale conosco.


