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País abre 538 mil empresas no 1º tri, 6,4% a mais do que em 2015

O Brasil registrou a abertura de 538 mil novas empresas no primeiro trimestre deste ano, número 6,4% superior ao observado nos mesmos meses do ano passado, segundo levantamento inédito da Boa Vista SCPC. Na comparação com os últimos três meses do ano passado, o aumento foi ainda maior, de 16%.

O salto do número de empresas abertas, porém, embute um dado menos positivo: com aumento das demissões de vagas com carteira assinada, muitas pessoas estão se tornando autônomas, o que se reflete no perfil das empresas abertas.

As novas companhias, segundo a Boa Vista, foram abertas principalmente sob a figura jurídica dos Microempreendedores Individuais (MEIs), que têm faturamento anual de R$ 60 mil como teto. O número de MEIs abertas no primeiro trimestre aumentou 14,3%, sempre na comparação com igual período do ano passado.

Já a abertura de microempresas caiu 10,4% entre janeiro e março, na comparação com os mesmos meses de 2016. Considerando as empresas nas demais formas jurídicas, que incluem de pequenas empresas até sociedades anônimas, o número de novas companhias recuou 19,6%.

Com isso, as MEIs ganharam participação entre o total de novas empresas do país. No ano passado, 71,3% dos novos negócios eram de microempreendedores individuais, participação que aumentou para 76,7% entre janeiro e março de 2016. “Como o faturamento dessas empresas é baixo, pode ser que tenhamos parte dos desempregados migrando para um negócio próprio”, afirma o economista da Boa Vista, Flávio Calife.

Outro dado que reforça essa análise, diz, é o aumento da participação do setor de serviços na abertura de empresas. Agora, do total de novas empresas, 56,9% são desse ramo de atividade, um crescimento de 2,9 pontos em relação ao mesmo trimestre de 2015.

A indústria ganhou leve participação, ao subir de 9,9% para 10,2% no total de novas empresas. O setor que perdeu espaço foi o comércio, com 32,5% do total (35,5% no ano passado). O crescimento da abertura das empresas foi disseminado entre todas as regiões, mas mais forte no Sul e no Sudeste. Nesses locais, a alta foi de 6,9% e 9,6%, respectivamente. O Norte veio atrás, com 1,7%, enquanto Centro-Oeste e Nordeste permaneceram praticamente estáveis, com aumentos de 0,8% e 0,2%, respectivamente.

O levantamento, com abrangência nacional, foi realizado com base nos dados da Receita Federal.

Fonte: Valor Econômico